Este trabalho refere-se ao relato de experiência de psicólogas escolares e docentes do ensino superior com professores de alunos público-alvo da educação especial incluídos na educação básica, com intuito de promover uma reflexão crítica sobre uma educação inclusiva, não medicalizada, que atenda a todos. Verifica-se na prática e pela literatura especializada a predominância do discurso docente em que o professor alega não se sentir preparado para lidar com esse público por falta de conhecimento do campo da saúde. Mediante tal postura, professores prescindem de seu saber, abrindo mão de experimentar novas possibilidades pedagógicas e assumem uma lógica clínica, patológica, medicalizante na escola. Como psicólogas escolares e orientadoras de estágio temos procurado desenvolver ações reflexivas direcionadas aos professores da sala comum e da sala de recursos multifuncionais para potencializá-los para uma prática inclusiva, focando mais nas habilidades dos alunos público-alvo da educação especial, do que em suas limitações. Algumas ações realizadas: mediação de grupos de discussão com professores regentes e professores das salas de recursos multifuncionais; coordenação de reuniões entre profissionais especializados e professores; indicação de referências teóricas e especializadas; acompanhamento itinerante às escolas e assessoramento pedagógico aos professores das salas de recursos multifuncionais. A partir dessas ações temos observado mudanças significativas na percepção docente e no trabalho realizado pelos professores o que confirma a importância de um trabalho direcionado aos docentes para que os limites físicos ou biológicos apresentados pelos alunos não sejam impeditivos da aprendizagem e desenvolvimento desses, e para que, cada vez mais, institua-se uma educação efetivamente inclusiva.